Disposição

Conversas com os amigos sempre me renderam inspiração para escrever, ainda mais quando batem uma “brisa” filosófica. As palavras aqui são o fruto de um desses momentos. O assunto era relacionamento, um tema manjado, eu sei, mas nunca esgotado.

Ser humano é bicho de bando: desde quando nasce (porque precisa do outro pra sobreviver) e pela vida afora (pra se validar, se sentir aceito). Não vou me alongar nisso, mas o fato é que todos nós, uns mais, outros menos (e outros que não admitem) já sentiu medo de ficar sozinho, seja em algum ponto de sua jornada existencial, ou durante ela toda.

A vida compartilhada é mais leve, mais fácil e deveria manter distante o fantasma da solidão. Numa primeira olhada é assim mesmo. A longo prazo, o que conta mesmo, é a disposição.

Relacionar-se demanda disposição. Nos dicionários, um dos significados desta palavra é “modo pelo qual algo se apresenta arranjado”. Precisa de tempo, cuidado, atenção, paciência, empatia, responsabilidade, reciprocidade. Maturidade. Você consegue conviver com os defeitos que descobriu no outro? Porque eles vão aparecer, mais dia, menos dia. Você também tem consciência de que o outro também vai apontar os teus defeitos? Uma hora, a gente vira espelho para o outro.

A disposição em viver com o outro.

Nos seus piores dias. Com seus defeitos e manias. Entendendo seus medos e sonhos. Sendo colo e espelho.

A verdadeira intimidade.

(Fotografia de Kim Myers Robertson)

Apresentando-me novamente.

Oi! Voltei. Acho.

Sentada na cadeira , em meu quarto-escritório-templo, cheio de referências de uma vida, olho a tela branca do computador e, com o mesmo impulso de um pintor diante de uma tela, começo a digitar sem ter a mínima ideia de como esse texto irá acabar.

Certa vez, quando ainda morava em Porto Alegre, fui à uma palestra sobre livros infantis. O palestrante – um senhor extremamente sensível cujo nome não me recordo agora – falava da importância de escrever. Disse que escrever é dar contexto às ideias soltas que giram dentro da mente e que todos deveriam tentar. Estava coberto de razão. Lembrei-me de quando comecei a escrever neste blog… 2008, 2009… Morava no Rio. Tempos inquietos! rs… Ele nasceu da minha indomável vontade de me comunicar, de dizer o que pensava, o que sentia (sobretudo). Escrevi por uns 3 ou 4 anos e depois, com a guinada que minha vida deu, larguei. Guinada resolvida, tentei retomar por duas vezes e não me engajei. Vai saber as razões… Mas fato é que escrever sempre me aliviou. Assim como dançar. Descarrego. E também me conheço melhor.

Muito do que escrevi aqui foi, com toda certeza, uma espécie de “autoterapia” ( existe essa palavra?). Teve gente que se identificou. Mas há postagens feitas – propositalmente – para o diálogo com o leitor ou leitora. Pensando melhor… Em algum nível, tudo aqui pode ser diálogo, ainda que meu leitor não comente a postagem.

Em tempos onde as pessoas não tem concentração para ler mais do que 3 ou 4 linhas sobre algo e tudo o que se publica é para ser consumido instantaneamente, a seco e sem reflexão, um blog pode ser visto como algo obsoleto. Não me preocupo com isso. Nunca segui modas. E acredito que ainda há espaço para a troca, ops…. o diálogo mais cuidado e menos raso que as postagens made in Instagram.

Finalizando, fique à vontade. Explore e mexa no Balaio. Ele é feito pra mim, sabendo que tem você aí do outro lado.

Inté.❤️


A primeira lição: Logo eu?

Era dia 18 de abril de 2016. Havia dado aula o dia inteiro mas, mesmo assim, tive pique de ir à uma palestra espírita de noite. Estava calor e, embora cansada, eu estava bem (adoro dias que rendem e consigo fazer uma série de coisas). Cheguei em casa, arrumei as coisas para o dia seguinte e fui tomar banho, só pensando em me deitar e dormir.

No banho, ao me ensaboar na altura do seio esquerdo, senti uma “bolinha” diferente. Achei que era impressão minha e passei a mão novamente. Era uma protuberância móvel, pequena e meio dura. Não sei descrever meu pensamento na hora, o mais próximo que consigo dizer dele é que foi um misto de medo e susto. Saí do banho e me enxuguei tateando aquela bolinha novamente, na esperança de achar algo ali que me sinalizasse que aquilo não seria nada.

Fui dormir achando que ela não estaria ali quando eu acordasse. Tenho um otimismo meio sonhador, assumo.

Mas, na manhã seguinte, ela estava lá. Que saco.

Tentei não dar bola (tentei). Então me arrumei e fui dar aula, porém, volta e meia me lembrava daquele ‘troço’ e assim, acabei falando sobre ele à uma colega de trabalho. Ela me contou que também estava com um nódulo no seio e iria operar para saber o que era. Pedi o telefone do mastologista dela. Liguei e marquei uma consulta. Só tinha para a semana seguinte. Até o dia da consulta eu procurava desencanar e tentava me convencer de que a tal da bolinha era só mais um daqueles nódulos comuns que sempre aparecem na mama, que não tinha porque ser um câncer, eu não fazia parte do grupo de risco, nem tinha histórico familiar de parente direto (mãe e avó) com a doença. Imagina, tinha certeza de que não era nada demais.

No dia da consulta eu estava ansiosa, mas ainda confiante. No exame clinico, ao apalpar a “bolinha”, vi o rosto do médico franzir. Comecei a perguntar “e aí? O que você acha?”. Obviamente ele já sabia o que era, é um profissional muito experiente (depois vim saber de seu trabalho, reconhecido, inclusive, por grande parte da comunidade médica de Campinas). Mas ele foi cuidadoso e disse que o nódulo tinha 3 características, duas boas e uma nem tanto. As boas: era móvel e tinha aspecto regular. A ‘nem tanto’: estava endurecido e isso o preocupava. Então me pediu que fizesse uma biópsia. Ainda me orientou a ficar despreocupada, que eu ia ficar boa. “Você vai ficar boa”. Essas 4 palavrinhas ficaram na minha mente o resto daquele dia, provavelmente porque seriam elas que me sustentariam no que estava por vir. Entretanto, eu relutava e achava que não poderia ser câncer. “Falou por hábito” – pensei, numa desesperada tentativa de suavizar a realidade.

Voltei dirigindo meu carro com a cabeça transbordando de pensamentos: “Não posso estar doente”, “estou recomeçando minha vida, não é justo”, “e se estiver, como vai ser?”, “eu moro sozinha, quem vai cuidar de mim?”, “como eu posso estar com essa doença, COMO????”, “não, não é…”. Esses e outros dez mil pensamentos vinham a todo momento e não saíram mais  da cabeça até o dia do resultado da biópsia.

A biópsia é um procedimento relativamente tranquilo (digo relativamente porque o estado emocional da gente fica abalado já que vc sabe que está investigando algo que não conhece e que pode mudar completamente sua vida a depender do resultado que venha). Continuando. Na biópsia localiza-se o nódulo por meio de um ultrassom e então, localizado, toma-se uma anestesia local, tranquila, nem se sente a picada da agulha. O médico faz uma micro incisão na pele, bem em cima de onde o nódulo está. Em seguida uma maquininha, parecida com um revólver, tira alguns pedacinhos do nódulo para a análise laboratorial. Feito isso, cobre-se a incisão com um curativo e pede-se repouso durante aquele dia para que ele não sangre. Vai embora pra casa, com os bichinhos da ansiedade, do medo e da preocupação atrás de você.

Uma semana para o resultado. Uma semana tentando não pensar e pensando.

Ao buscar o resultado não tive coragem de abrí-lo. Na sala de espera do mastologista, meu namorado tentava me distrair, falando bobagem, contando piada… Eu tentava me focar nessas coisas pra não ficar tão nervosa. Até que o médico chamou.

surpresa

“É, temos um carcinoma, um câncer de mama” – ele dizia, sem nenhum rodeio. Depois disso, acho que fiquei um tempo sem ouví-lo, embora ele estivesse dizendo bastante coisa, eu simplesmente não ouvia. Viajava nos meus pensamentos: “meu deus, tô com câncer, como? Logo eu? Eu, que nunca ia ter essa doença? Como eu vou falar isso pra minha filha? Nossa, tô com câncer, será que eu vou morrer??? Eu vou perder o cabelooooooo!!!!!”

Senti a mão do meu namorado segurar bem forte a minha e isso me “trouxe” pra dentro do consultório novamente. Eu nem sabia o que perguntar. Estava chocada, queria sair dali, queria chorar. Queria que fosse um sonho.

Mas não era e o jeito era encarar. Meio atônita perguntei ao masto o que seria feito. “Quimioterapia e cirurgia, mas vamos ver qual faremos primeiro depois do laudo imunohistoquímico”. Explicação desse palavrão:  o exame imunohistoquímico é um exame que vem depois do primeiro laudo da biópsia, chamado de laudo anátomopatológico (que diz se existem células cancerosas nos pedacinhos que vc tirou do nódulo). O exame imunohistoquímico é uma espécie de genealogia do câncer que vc tem,  diz qual é a origem das células que estão nele. No caso do câncer de mama, a mutação das células pode ter origem hormonal ou não. Se for hormonal, o problema pode estar na forma como as células recebem os hormônios; se não for hormonal, é um “curto circuito’ que faz as bichinhas surtarem e se dividirem feito loucas e este curto circuito pode ter origem genética (se você carregar o gene BRCA, como a lindona da Angelina Jolie, por exemlo). Esse exame é fundamental para o médico saber que tipo de tratamento será feito porque, em se tratando de câncer, cada caso é um caso e assim, o câncer de mama da sua vizinha provavelmente não será igual ao da mulher do seu chefe, ou da sua tia, ou da sua avó. Tudo depende da origem da mutação das células que estão nele.

O meu tipo era o triplo-negativo. Resumindo a ópera, basta dizer que ele não é de origem hormonal e que, provavelmente teria um componente genético (essa parte fica pra outro post).

Acho que o pior momento dessa saga toda foi o início. Descobrir o nódulo, a dúvida na consulta, o medo da biópsia, a expectativa do resultado. São etapas permeadas de medo e angústia. Foi pra mim. Depois do choque da notícia (que pra mim durou uns dois dias), a poeira começou a baixar e deu pra pensar melhor. No meu caso, logo tratei de comprar um livro, Anticâncer: prevenir e vencer usando nossas defesas naturais, do médico e pesquisador Dr. David Servan-Schreiber (olha ele clicando aqui). A leitura desse livro me ajudou a entender o que estava acontecendo comigo e, assim, soubesse lidar com o problema (eu sou assim, se tenho uma abacaxi nas mãos, preciso descascá-lo e saber tudo sobre ele, rs). Também passei a ler muita coisa sobre o assunto na internet, tomando o cuidado de ir em sites confiáveis, como o INCA e o Center Cancer. No Scielo existem alguns artigos científicos detalhando algumas coisas, mostrando pesquisas e descobertas sobre a doença. Também olhei alguns canais no Youtube de mulheres que estavam passando pelo mesmo problema e alguns blogs como o Quimioterapia e Beleza, de uma moça muito legal chamada Flavia Flores (vale muito a pena ir lá no blog, é muito alto astral!)

Tudo isso me ajudou (e ainda ajuda) a passar pelo tratamento e entender a doença, os caminhos que ela percorre e como eu posso botar-lhe freio. Entendi porque eu não era invulnerável, mesmo não sendo pertencente ao grupo de risco. Na verdade, ninguém está livre de ter câncer, basta ter DNA e célula, rs. Basta estar vivo.

Essa foi a primeira lição que o câncer me deu.

Mudei e voltei

Muita coisa se passou na minha vida desde a última vez em que escrevi aqui… A vida mudou 180º. Estou mais velha, algumas cicatrizes emocionais, aprendi um tantim de coisas que não sabia desde último post, ri, chorei, fiz novos amigos, vi outros se afastarem, me surpreendi positivamente com alguns e negativamente com outros. Assim como você que está lendo e também deve ter passado pelas mesmas coisas nos últimos 2 anos.

O que é a vida? Eu penso que ela seja uma pomposa escola que  nos presenteia todos os dias com  um conjunto de lições e algumas pausas para o recreio. Tem lição que se aprende rápido e sem consulta, mas tem lição onde só com a ajuda de quem é mais experiente (ou esperto) que a gente pra poder entender.

Tem essa definição aqui também:desatar-mos

Tenho repensado minhas convicções. Aquilo que tinha como verdade inabalável. Aliás, que bobagem isso, não existem verdades inabaláveis. Nossas “verdades” são constatações momentâneas e seu prazo de validade dura até que aconteça algo que confronte o que elas diziam. Ou teimavam.

Atualmente, a senhora Dona Escola deu-me uma liçãozona pra fazer… Eu me assustei quando recebi a tarefa, achei que não ia ser capaz de realizá-la. Mas acho que estou dando conta. Ainda não acabei. Nem na metade dela eu cheguei. Tem hora que empaco num exercício e fico um tempão pra sair dele. Liçãozinha complexa, tá exigindo bastante de mim.

Vou falar sobre ela no próximo post.

 

 

 

Desbocada?

Daí me pego pensando nessa coisa do “se abrir” ao outro, durante uma conversa.

Nem sempre tenho pensamentos convencionais e…Ás vezes eu carrego nas tintas.

Há quem se assuste, há quem não entenda. Também há os que imaginam que eu “não devo estar muito bem”, rs. É que em certos círculos que frequento,  quanto mais tradicional for a forma de pensar (ou mostrar o que pensa), melhor.

Eu peço desculpas por qualquer pensamento inconveniente que eu possa ter despertado. Ou se o que eu disse fez um eco incômodo dentro de alguém. Mas voltar a ser quietinha, hum… Acho que não rola. Dica: lembre que algumas pessoas, depois de uma certa idade e, sobretudo, depois de certas coisas vividas, perdem a compostura. Ou o receio de dizer o que realmente pensa.

E isso é libertador.Imagem

 

 

O tempo sempre está ao nosso favor (ou sobre uma receita de pão de batata).

Com carinho, para Sayonara Linhares.

Fazer pão é coisa que gratifica a gente.  Se você  for adepto(a) dessas alquimiazinhas culinárias vai me entender. Me diz se não é mágico fazer um monte de farinha seca virar uma massa uniforme e pesada para, em seguida, virar algo fofo, cheiroso e acolhedor ? É quase como formar um outro ser, hehe.

Sendo neta de duas mulheres mestras na culinária,  sempre me fascinou vê-las manipulando farinha e transformando aquilo tudo em macarrão, bolo, pão….  Da admiração passei à prática, ainda bem novinha, porém… Como em qualquer arte, ter o domínio da técnica e conhecer os caprichos de cada elemento são dois aspectos que levam tempo.   Já queimei e solei muito bolo, embatumei generosamente alguns pães, até  que, com calma, foco e carinho fui compreendendo que manusear uma massa requer sensibilidade pra ouvi-la dizer: “mais água…”, “menos farinha…”. É sim. Massa fala. Pergunte a qualquer padeiro.

Mas vamos à receita.

Anos atrás tentei fazer pão de batata e me dei mal. Soquei farinha de trigo na batata e tudo ficou uma pedra (é, eu ainda não entendia bem a língua das massas 😉 ). Tempos depois, nova tentativa e outro fracasso. Daí, provisoriamente, desisti.

Nesta semana visitei uma amiga muito amada. Generosa como poucos, essa amiga preparou um pãozinho de batata para alimentar a nossa tarde e ele estava divinamente saboroso, de uma fofura celestial. Enquanto ela me falava a receita, eu ia concluindo o quanto ela era fácil e, ao mesmo tempo, questionava a minha suposta incapacidade em fazer uma iguaria daquela.

Então, no outro dia, decidi que ia tentar novamente. Quase desisto ao ver que não tinha – nem na despensa, nem na geladeira – a quantidade exata dos ingredientes que havia na receita dela. Mas aí, confiando do meu pretenso know-how  culinário, encarei. Botei na panela 3 batatas, 1 grande e duas médias  (não sei que tipo elas eram). Cozinhei com casca e tudo pra preservar o sabor. Já cozidas, tirei a casca e espremi, no garfo mesmo.  Deixei amornar e, com esse purê quase frio, agreguei 2 ovos*, meio tablete da boa manteiga Aviação (era a que tinha em casa) e uma pitadinha sem-vergonha de sal.

Numa outra vasilha misturei 1 envelope de fermento biológico em pó com 5 colheres de açúcar demerara*. Só misturei, ele não dissolveu (se vc usar o refinado ele dissolve, mas açúcar refinado não entra mais na minha casa há algum tempo). Joguei na mistura de batatas e mexi com fé.

Eu trabalho a massa dos pães que faço na mesa da cozinha, e foi lá que fiz um montinho com farinha de trigo com aproximadamente 2 xícaras. Queria fazer com farinha integral, mas preferi não arriscar dessa vez. Deitei o purezão sobre a farinha e, com a ajuda de uma espátula e da outra mão, fui revolvendo a massa de baixo para cima, que é pra ela pegar a farinha direitinho, sem ficar assim… muito seca.  Não precisa sovar. Só ‘secar’ a massa, como eu digo. E ela ‘seca’ rápido, não gruda na mesa. Usei, ao todo, umas 4 xícaras de farinha de trigo, agregadas aos poucos… (lembra do que eu disse lá em cima, né? Tem que saber ‘ouvir’ quando a massa pede farinha, quando não pede…).

Modelei umas 3 vezes de formas diferentes até ficar do jeito que considerei bom.  Coloquei numa forma média, retangular, dessas de bolo. Salpiquei gergelim por cima (invenção minha) e guardei no forno  desligado para crescer. Ah, dica:  gosto de fazer meus pães crescerem ao sol, cobertos por um pano. Mas nem sempre tenho sol ou calor. Então pré-aqueço o forno e, enquanto misturo a massa, deixo ele esquentar. Desligo 1 ou 2 minutinhos antes de levar o pão para crescer. Com aquele calorzinho ele cresce que é uma beleza e não leva nem 1 hora pra ficar todo inchadão.

Bom, aí vocês já sabem, né? Cresceu, pré-aqueci o forno (de novo, mas agora é pra assar) esperei ficar quentinho e coloquei o bonitinho lá dentro. Assou por uns 20 minutos e ficou douradinho, sem precisar pincelar gema batida por cima.

Marido passou um café, cortamos aquela pecaminosidade fofa, dourada, quente e fomos ser felizes. Eu mais ainda, pelo pão ter dado certo depois das tristes experiências anteriores. Então eu penso que certas coisas na vida da gente fluem da mesma forma como foi fazer este pão:  dar tempo ao tempo e enquanto isso, experimentar as coisas que o mundo oferece, observando e aprendendo algo com elas. Quando aprendi a fazer pão, conseguia manusear bem a farinha de trigo, mas não o suficiente para misturá-la a um elemento como a batata. Inexperiente, colocava farinha de mais ou de menos e estragava a receita. Foi ao passar por outras vivências culinárias que apurei meu entendimento sobre a química que existe entre os alimentos e assim dessa vez, mesmo sem seguir a receita à risca, consegui fazer um belo pão.

Ou seja…. Tudo é questão de tempo e conhecimento.

Um pedacinho dele, ainda quentinho.(Desculpem o amadorismo da fotógrafa aqui, mas juro que vou aprender a tirar foto de comida.)

* Ambos orgânicos.

É só incompatibilidade.

Ás vezes, certas pessoas são tão sutis em demonstrar que não desejam a sua companhia, que a gente chega a pensar que estão passando por problemas. Explicam muito, dão rebuscadas desculpas… Tudo lero-lero.  Pois eis que vos liberto, poupem-se desse trabalho!  Em relação à minha pessoa, acreditem: eu entendo perfeitamente os motivos que levam vocês a não desejarem dividir o mesmo espaço que eu, pois tirando um ou outro fato irrelevante que nos aproxima, não temos nada em comum.  Não vamos nos forçar…  Além disso, lido muito mal com relacionamentos de conveniência. Nada a ver com desgostar de você ou você de mim, mas partilhar fatos da minha vida com alguém, só se der química e eu me enxergar no outro, de alguma forma. E isso não rola entre a gente, certo?

Sendo assim, estamos quites.