Há pouco tempo…

… Merthiolate ardia.

… Adidas e Hering eram roupas que a mãe comprava pra gente brincar na rua ou ir pra escola.

…condicionador era creme rinse.

… intervalo era recreio.

…cupcake era ‘Bebezinho’, da Seven Boys (e muita gente levava de lanche).

 

…Milkbar era Lollo.

…só existia 1 versão de War.

…propaganda era reclame.

…amizade virtual.era um conceito confuso.

body era collant.

…havia uma raça de chacorro chamada pequinês.

…autorretrato era auto-retrato.

 

…havia menos mulheres de cabelo liso.

aloe vera era babosa.

…comer pizza era “o” programa de sábado à noite.

…cinema era barato.

…ninguém sairia com isso nos pés:

mas saía de Conga!

 

Melhorou? Piorou? Ou é a apenas a vida seguindo seu curso natural?

Por que homem não vai no cinema com outro: a explicação (eu acho)

Trago então o motivo da pergunta do post de ontem e, de antemão, já agradeço à todos que respoderam ao questionamento desta pessoa confusa. Vocês foram uns fofos.

Tudo começou por causa de um filme que marido queria ver e me chamou para acompanha-lo. O tal do filme era “Segurança Nacional”. Adoro cinema, entretanto, este gênero de filme – ação misturado com policial – eu não curto nadinha. Além disso, ter lido algumas opiniões desfavoráveis ao filme reforçou o meu desânimo. Já que eu não iria acompanha-lo, ingenuamente sugeri:

– Pô gato, por que não chama um amigo pra ir com vc?

Cara, na hora o homem estufou o peito, abriu os braços e soltou um “tá lôca?”. Fiquei surpresa, porque para mim, até aquele momento, era super natural um homem chamar outro pra ir ao cinema. Afinal, qual é o problema de se ver um filme ao lado de um amigo?

Foi aí que fiquei sabendo que esse tipo de comportamento não pertence ao universo masculino, não é de praxe, não é natural. Eu não me conformei e fiquei tentando lembrar quantos homens acompanhados por outros homens já vi dentro de um cinema – grupinho de adolescentes não contava. Não consegui puxar nenhum exemplo. Pô! Será mesmo verdade?

[suspiro]

Os homens sempre se queixam de não entender as mulheres, certo? Alegam que somos todas confusas, indecisas, complicadas… Ok, eu confesso que somos um tanto quanto complexas sim. E chatas também. Mulher é um bichinho bonito, porém chato. Mas entenda, nós somos regidas por hormônios, filho. Temos um diferente para cada dia do mês. Até a gente se confunde.

Mas com essa de que chamar o amigo pra ir a um simples cinema pode dar margem a um comportamento homossexual, vejo que vocês não ficam atrás da gente. Ou eu sou muito ‘tapada’ ou realmente os meus conceitos sobre masculinidade estão bem desarmoniosos com o que o resto da sociedade pensa.

Juro que eu fico chateada por vocês, meninos. Eu vejo depositado sobre os seus ombros uma expectativa cruel de que vcs tem que provar masculinidade a própria “macheza” o tempo todo! Imagino que isso deve ser um saco, com o perdão do trocadilho, porque dá a impressão de que sempre haverá na consciência do homem aquele dedo em riste reprovando a sua vontade de curtir coisas rotuladas de “não masculinas” , só porque convencionou-se de que não são programas para 'macho' fazer. Afinal, vai que o povo acha que vcs são dois namoradinhos (engraçado, por que que com mulher não é a mesma coisa?), ou que o tal do "amigo" pode passar a mão em você enquanto o filme se desenrola? Ah, me poupe vá. Se é amigo mesmo vc sabe se o cara gosta da mesma fruta que você ou não!

Qual fundamento desse tipo de ideia? Alguém pode me explicar?

Tá, te dou todo o direito de discordar de mim. Porém, na minha cabeça, que acredita que uma das coisas pra gente ser feliz é ter a liberdade de fazer o que gosta – e com quem gosta – não entra esse tipo 'dogma' machista.

Afe, menos viu. Nem sei mais o que falar.

PS: marido vai esperar o filme ser lançado em DVD.

Gente grande também gosta de colo.

Semaninha começando…. 6 dias aí pela frente, novinhos, esperando pelas suas ações. Pode ser que a vida não esteja assim, do jeitim que você queria que ela estivesse, mas está aí, pulsando… Dentro e fora de você.

Noutro dia, escutei de algumas pessoas (justamente as quais gosto demais) tristes palavras de desânimo e cansaço. Lamentavam a vida, as pessoas que tinham ao redor, o trabalho ou a falta dele. Eu também lamento muita coisa, às vezes sou muito insatisfeita e dramática. Não sei ficar quieta quando estou sofrendo, seja grande ou pequena a minha dor. E verbalizar sobre o que a gente sente faz bem, faz entender melhor o que acontece, faz a gente se ‘ver’ pelas palavras.

Mas voltando àquelas pessoas. Enquanto me falavam eu ia sentindo uma vontade grande de pega-las no colo, de fazer-lhes um carinho no cabelo… Ás vezes, o real motivo da lamentação reside na necessidade disso: afago, colo. Esses atos são importantes em qualquer fase da nossa vida. Sabe por quê? Porque o afago do outro sobre a nossa pele é sinal de aceitação. É como dizer: “eu te endendo e olha, tudo vai passar”. Que nem mãe faz no fiho quando ele cai e se machuca. Um pouco de colo, de beijinho, de afago e pronto. Tudo já passou, ou no mínimo vai doer menos. É um ato que traz calmaria, apazigua a revolta.

O toque é necessário p/ a nossa saúde mental. É o corpo curando com as palavras que a nossa boca ainda não sabe dizer.

Exprimenta isso. Se alguém vier fazer ‘chororô’ pra você durante esta semana, ofereça seu colo, suas mãos num afago. Sobretudo àquelas que estiverem demonstrando maior fragilidade. Podem estar precisando apenas disso: aceitação.

A gente precisa ter mais carinho com o outro. Porque, lá no fundo, gostando ou não, somos todos interdependentes.

Boa semana e um abraço gostoso em você.

Contra fatos não há argumentos?

Não sei… Posso estar me precipitando ao analisar situação a seguir, ou enxergando “cabelo em ovo”… Mas é que tem algo gritando aqui na minha cabeça e eu não posso deixar de falar.

Reconhecem?

Geisy Arruda

Essa moça foi vítima de buyling na faculdade onde estudava, xingada, em uníssomo, por seus ‘colegas’ universitários (a elite pensante deste país, rs…), daquele nome curtinho, de 4 letras, dado àquelas que são consideradas as ‘operárias’ da mais antiga profissão que existe (assim dizem). E tudo por causa de um pouco mais de 1 m de pano que ela trazia sobre o corpo.

O caso vai parar nos jornais, e então educadores, advogados, artistas, universitários (não os que a xingaram, claro), apresentadores de TV e defensores dos direitos humanos vão à público dizer o quanto a sociedade é hipócrita, machista, moralista de cueca e intolerante, que somos todos seres superficiais e alienados ao julgar as pessoas pelo modo como se vestem e não pelo o que são.

Ah… Concordei com muita coisa que foi dita. Muita coisa, mas não tudo. Na prática a gente sabe que a banda não toca assim. A sociedade possui regras que estão aí para darem um civilizada na galera. E o modo como nos vestimos tem tudo a ver com isso.

Sem a intenção de querer fazer aqui um discurso antropológico sobre o significado das roupas na sociedade – até porque não sou a pessoa mais habilitada a fazer isso – penso que o vestuário é um código que expressa o grau de importância que você dá aos ambientes que frequenta. Ás vezes, essa expressão derrapa e fica mal-compreendida, como foi o caso dessa moça. Bem diz minha sábia Iara: “É um caso de linguagem”.

Mas voltemos à moça.

Ganhando destaque na mídia tanto nacional, quanto internacional, esta estudante (agora ex), é requisitada pelo mercado publicitário e televisivo, ganha transformação num cabeleireiro badalado e cirurgia plástica, faz entrevistas e assim presumimos que sua imagem – manchada até então pelos adjetivos que lhe foram rendidos na universidade – passa a ser restaurada da forma como sempre deveria ser, ou como se pretendia: a de moça da família humilde, que queria vencer na vida.

Mas não para por aí. Ela vai num programa de televisão, arrumar namorado. Ela quer se casar e ser mãe, direito dela. Dou o maior apoio (se bem que ir num programa de TV pra arrumar namorado é tão anos 80, tão fake, enfim…). Definitivamente, entendemos que existe aí todo um movimento que pretende retirar a imagem que lhe foi, covardemente, atribuída. E você pensa: “existe justiça!”

Mas eis que você se depara, então, com uma coisa dessas (atentem à letra):

Daí que eu constato que o ser humano é realmente um bichinho muito complicado.

“Não se nasce mulher. Torna-se.”

Esta frase é de Simone de Beauvoir. Conhece?

Prazer, Simone.

Simone (1908 – 1986), francesa, escritora e filósofa, autora do romance “O segundo sexo”, foi e ainda é uma referência quando a pauta é a questão feminina no contexto social. Através dos romances que escrevia – onde ela mesma se colocava como personagem – expunha seus desejos, êxitos e fracassos, alinhavando todos esses acontecimentos dentro de uma abordagem filosófica, refletindo sobre a força do discurso social na educação da mulher. Foi, sem dúvida, uma mulher muito a frente do seu tempo e por isso mesmo, ainda hoje, suas ideias são consideradas e debatidas quando os assuntos são mulher, família e sociedade.

Para vocês conhecerem ou saberem um pouquinho mais sobre essa mulher, coloco aqui um documentário que narra um pouco de sua história, com cenas onde ela mesma fala. Acho que vale a pena parar e assistir. Ok, o documentário é comprido para os padrões dos vídeos de internet (20 min), mas vale a pena e vc nem sente que leva esse tempo todo. A edição da Globonews caprichou e destaco os comerciais de época ilustrando muito bem a narrativa.

Clica aqui: Simone de Beauvoir .